Como resultado de uma sociedade cada vez mais tecnológica, onde a velocidade é galopante, perguntamo-nos como o ensino do desenho respondeu a este desafio da velocidade, do virtual, em oposição ao tempo de observação, correcção e erro implícito no acto de desenhar.
Conscientes de que pensar a tecnologia significa também pensar nas questões do nosso tempo, pensar o pensamento, como afirma Mackanzie (2002), é urgente verificar se os modelos de ensino de referência, num contexto em que a tecnologia digital está cada vez mais presente nos meios de comunicação e instrumentos de representação, como meio de formação e comunicação, promovem transformações nos modelos de ensino/aprendizagem, para além de mudanças nos modelos operacionais. Perguntas tais como: faz ou não sentido continuar a insistir no ensino do desenho? É possível projetar sem saber desenhar? De que desenhos falamos e ensinamos? Perguntas estruturantes para esta apresentação, que faz parte do projecto de investigação DRAWinU, e que visa encontrar o diálogo entre o desenho científico e artístico a partir do campo da Engenharia. Também por esta razão, é pertinente saber se, apesar do desenvolvimento digital no mundo do design gráfico, continua a ser essencial equipar os estudantes com uma linguagem que lhes permita ver e compreender o universo das imagens, assim como construí-las e comunicá-las.