O Movimento (re)incorporado – Desenhar o corpo entre o desporto e a performance artística

Esta comunicação explora o uso interdisciplinar do desenho nas ciências do desporto, como um método investigativo na análise e visualização de dados do jogo, na metodologia do treino e na compreensão do corpo performativo. 

No desporto, como em outros campos de conhecimento na Universidade, raramente o desenho é visto como um método de investigação visual e performativo, capaz de produzir conhecimento e sustentar argumentos. E, no entanto, métodos de visualização como o campograma, periodograma, notação de tempo-movimento, análise cinética ou análise cinemática são formulações visuais das variáveis com que o corpo se confronta com os limites que as regras do jogo impõem. 

No seu conjunto, estas representações decorrem de duas necessidades do ensino e da investigação desportiva: o desenho como meio narrativo e como meio exploratório. Se, num dos casos, o desenho é um nome que designa a comunicação da estratégia e resultados, no outro é um verbo em atualização, guiado pela necessidade constante de feedback que envolve treinadores, atletas e os próprios analistas para alterar, qualitativamente, o movimento sensível do corpo ou a orientação do jogo. 

Em ambos os casos, argumenta-se que estes desenhos não são reproduções passivas do movimento observado ou imaginado, mas são o movimento ativo do pensamento para compreender e transformar o corpo enquanto o corpo se move.